A morte é vizinha de nossos diálogos
O medo ao redor parafraseia a água
O ar inconstante que, como fumaça, nos enche o peito
É moribundo, porém, sem efeito
O corpo falece e dá vida a fantasmas
Que alegres, felizes, nos roubam as almas
E o banco-sarjeta é nossa morada
Respiração escrava do pecado que, no ar puro, inexiste
E temos receio de tudo
Do Sol, da chuva, do sussurro
Nossos portões se abrem a estranhos
Conhecidos inspiram mais perdas que ganhos
Mas haverá sempre um vazio a forjar uma entrada
Pela porta da frente, por Deus! Descarada
Preenchendo com a vida uma ausência que beira o nada
A morte é inquilina de nossos diálogos
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