quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ah, tua régua, menino!



Oh, menino!
Carrega a régua com que sais a numerar
Numera casas, calcula medos, pondera sortes,
Carrega a régua que toda medida dá

Caminha, menino!
Não chora, menino!
Por teu destino ser de fato a medição
Sorria, menino!
Te orgulha, pequeno!
Que centímetro aqui, outro acolá,
Tens meu segredo na palma da tua mão

Arreda, menino!
Depressa, mufino!
Que por teus números não se pode esperar
Quanto de leite a mãe dará ao filho?
Quanto de azeite se despeja neste milho?
Quanto de chuva ainda há de nos molhar?

Mas, ah, menino!
Se te pego medindo mentindo,
Mentindo medindo ou fugindo dormindo,
Aí te ensino
A aritmética da dor que uma régua pode dar

Não foges, peralta
Se não me matas co'esta falta!
Sem tua matemática,
O que se há de equilibrar?

Volta aqui, cretino!
Me abraça, menino
Com o meu segredo em mãos
Sei bem que aqui,
Sempre irás estar!

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