quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Vento


Vento vento, mágico vento
És tu o sanativo que cicatriza meu coração
Que apaga da areia os passos errantes que dei
Que expulsa de mim males e bens

Vento vento, agitado vento
Minhas asas, abandono-as no chão
E deixo que tua brisa me leve, me mova
Que teu movimento é o que ainda me resta de emoção

Vento vento, amigo vento
Ombro mais invisível e fiel que o teu inexiste
Me acompanhas aonde quer que eu vá
Dia e noite, és meu eterno par perfeito

Carrega-me contigo
Jura-me vida e amor eternos
Faz de mim partícula leve, pequena, porém nunca seca
És meu único, és tu o príncipe que sempre busquei

Leva-me embora, balança-me em teus braços
E beija-me, jura-me que o Sol e a Lua são presentes teus
Faz-me acreditar nessa estrada e nos pedregulhos
Como provas de que, no fim, és a última coisa que me resta

Vento vento, amado vento
Eu sei, sei que me susurras para voltar à luz
Mas não hoje, não agora
Hoje desejo apenas o breu, o ócio, a imensidão,
Apenas o gozo do teu amor que, acredite,
Me basta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário