quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

De Que Vale o Paraíso sem Insensatez



Bom mesmo é perder-se
Perder-se em lembranças de infância, num denso bosque
Ou perder-se num castelo arranha-céu
Lugar em que o impossível seja encontrar-se

Bom mesmo é estar de partida
De partida pro parquinho que cheira a walfer morango
E atolar-se na areia com os inocentes pequeninos
E esquecer-se, assim como eles,
De que a vida não é um parque de diversões

Essencial é juntar-se
Juntar-se e, acredite, também MISTURAR-SE
Dançar sob a fúria dos raios e gotas laminadas de chuva
Arriscar a vida por qualquer delírio banal
Transfigurar-se e tornar-se animal
E fazer da vida apenas pelos, garras e dentes

A vida fez de mim este louco sonhador
Louco da pior espécie imaginável
Louco independente, faz e pensa apenas o que quer
O louco anti-social que enxerga a poesia de atirar-se do sexto andar

O louco profano que sonha com o Sol a girar a sua volta
O demente que confundo doce, salgado e amargo
O insano insaciável
Insano dançarino, poeta, pulsante
Insano que acredita no amor como
A última das loucuras lúcidas que ainda lhe restam...

Nenhum comentário:

Postar um comentário